segunda-feira, outubro 16, 2006

+x+ News // 18 +x+

Evolução das Espécies

Nas cidades do interior brasileiro que estão rodeadas pela cana-de-açúcar ocorre um fenômeno interessante no meio ambiente que, se não chamou a atenção ainda de biólogos e outros pesquisadores, logo o fará. O assunto diz respeito às aves e sua multiplicação, proliferação e desenvolvimento em áreas urbanas, principalmente nos bairros periféricos.

Muitas cidades – do interior paulista e mineiro são exemplos disso – possuem setores residenciais bem arborizados, com profissionais liberais e estudantes como moradores e, portanto, diversas casas com cães (grande percentual de raças voltadas para segurança). A cana-de-açúcar eliminou o habitat natural de inúmeras espécies de aves. Estas, por sua vez, tiveram que migrar para a cidade, e encontraram nos subúrbios o ponto mais próximo de parada.


Numa área rodeada de cães, os pássaros desfrutam dois pontos muito favoráveis: 1) segurança, porque os cães de raça violentos espantam os gatos e, em alguns casos, outros predadores; 2) a comida (ração) dos cães serve também de alimentação para certos pássaros. Menos predadores e mais comida, o resultado é uma explosão de aves. Essa é uma das principais regras da evolução das espécies.

Não bastasse, já se observa também uma transformação – as consideradas mutações. Entre os pássaros que mais se alimentam com ração de cães está o bem-te-vi (foto). Ele pega um grão de ração com o bico, leva para uma base onde possa rachá-la – e o que é mais interessante – e fazer barulho. O som atrai outros pássaros. A questão é que o tamanho de alguns bem-te-vis atuais é algo fora do comum (a não ser que exista uma espécie maior até, então, pouco conhecida). Não sou ornitólogo, mas não me lembro de ver bem-te-vi semelhante. Imagino: também, comendo ração com proteína pra cachorro!

domingo, outubro 15, 2006

+x+ News // 17 +x+

Raios

Este blog está há mais de uma semana sem atualização. Peço desculpas aos leitores, mas os motivos que me levaram a esta situação foram:
- Na sexta-feira (6/10), um raio (fenômeno que ocorre com freqüência nesta época do ano nas regiões Sudeste e Centro-Oeste) entrou pelo cabo da internet e queimou meu computador;



- Neste mesmo dia, eu e a Karina Gonçalves, através da karANGuejo Kriações Ilimitadas, começamos a filmar, produzir e editar o videoclipe da banda DCV (foto), o que significa que até hoje (14/10) estivemos enfurnados neste projeto, além de outros afazeres;



- O Sabão, nosso fiel escudeiro, recebeu seus dois filhotes, de uma ninhada de seis cães. A cadela na qual ele se envolveu cobrou-lhe os direitos na Justiça, passando-lhe a guarda de dois pequenos: o Surf e a Onda (com a mancha). Eles chegaram quarta-feira (11/10) com apenas 25 dias de vida.




Deste então, estou pajeando essas criaturas. Deste modo, o blog “ruminou” nesse período, mas pariu a estréia da karANGuejo Kriações Ilimitadas, o primeiro videoclipe do DCV e os dois novos integrantes da nossa equipe.

+x+ Sem Jabá +x+



Falando em DCV, temos outra novidade. Saiu, finalmente, o primeiro compacto da banda, intitulado “Jazz Rock”. É um disco em vinil amarelo, manchado de vermelho, de 7 polegadas. Contém seis músicas e foi produzido pelo Gabriel Thomaz, do grupo Autoramas.
A capa é um trabalho do GDiamantino, líder do DCV, com direção de arte da Karina Gonçalves. Pra quem gosta de rock anos 80 e de grupos como Rezillos, Sex Pistols, ou os nacionais Replicantes, Cascaveletes e Camisa de Vênus. Para adquirir o vinil é só entrar em contato com
bandadcv@gmail.com.br. Custa apenas R$ 10,00, fora Correios.

sexta-feira, outubro 06, 2006

+x+ MBA (Maranhão Business Adm) +x+

Em Açailândia (que nome sugestivo!), no interior do Maranhão, presenciei uma cena rara de marketing direto. Num momento em que discutimos técnicas, soluções de vendas, novos termos, know-how e uma parafernália de conceitos em marketing, vejo na simplicidade de um vendedor de cds tudo aquilo que um profissional precisa para ser bem sucedido na venda de um produto.
A mercadoria já a descrevi. São cds de música brega, sertaneja, regional, pop, reggae, hip hop e outros estilos nessa linha. Nenhum original, todos cópias, dispostos em uma banca de madeira até bem arrumada (nada high-tech). A banca, por sua vez, ficava na varanda de um restaurante (no posto de combustível) onde diversas linhas de ônibus fazem a sua parada – seja por roteiro ou por quebradeira mesmo (alguns veículos que estacionam ali percorrem trechos de até 2000 km em estradas como a Transamazônica).
O vendedor, bem, esse era um senhor de seus 65 anos. Assim que chegava o ônibus ele observava os passageiros, a medida que iam descendo ele tascava os cds na turma. Primeiro, ele observava o perfil... Qual a tendência. Se sertanejo, mais pop, mais reggae, mais brega... A cada ônibus aquele Sr. vendia uma boa quantia de cds!
Sabem o que penso disso? Ele conhece muito bem com quem ele trabalha,
quem é o cliente dele. E faz aquilo que o cara quer... Só isso mais nada. É simples.
Às vezes ele erra. Errou comigo. Primeiro, colocou um sertanejo, depois um brega, depois um reggae, depois um hip hop e nada. Mas o que isso quer dizer? Que ele não está ali pensando em inventar a roda... Faz aquilo que sabe e acerta o tanto que precisaE às vezes erra. Mas não insiste no erro, por que se não perde um ônibus cheio de oportunidades...

quinta-feira, outubro 05, 2006

+x+ News // 15 +x+


Natureza Morta

Sempre que me deparo com amigos ou conhecidos que residem em metrópoles sou obrigado a ouvir certos comentários que me consomem dias de reflexão. O principal deles, diz respeito à relação Homem-Produção-Meio Ambiente.
É muito engraçado “um garoto da capital” usar um adesivo do WWF no seu carango e esbravejar contra o desmatamento da Amazônia, por exemplo. Primeiro, porque existem vários fatores que levam uma pessoa (um grupo, organização, empresa...) a derrubar uma árvore. Segundo, porque esse motivo pode ser justamente o mesmo daquele que um dia derrubou uma árvore onde hoje está construído um prédio, em Osasco (SP), por exemplo.
Ou seja, se um amazonense (ou qualquer outro brasileiro) não pode derrubar uma árvore, não seria correto exigir que um morador dos grandes centros derrube seu prédio e plante um reflorestamento no local? A mesma complexidade que leva a tornar impensável tal comportamento numa capital, também existe para compreender a razão de se desmatar florestas.
O site Brainstorm#9 traz hoje um vídeo do Instituto Nina Rosa, que atribui ao consumo de carne, a destruição da Amazônia. Estive lá na floresta há uma semana e posso falar com todas as letras que isso é uma grande mentira. Tenho uma amiga que concluiu um doutorado no Rio Grande do Sul, este ano. Sua pesquisa trata da relação existente entre o consumo de leite animal em adultos e a ocorrência de problemas como o câncer. Quando ela me contou essa história, a primeira coisa que lhe perguntei foi: quem está bancando sua pesquisa, a “turma” da soja? Olhos arregalados e fim de conversa.Existe bastante mito em torno dos negócios do campo e como o Brasil é uma ameaça para o resto do mundo no que diz respeito à produção de mercadorias agrícolas – principalmente para a Coroa Inglesa – nos é vendido todo tipo de ideologia barata.

+x+ Vale Mesmo +x+


Gado nelore reunido em grupo posa para foto em pastagem no interior do Pará. Propriedade será arrendada para a Companhia Vale do Rio Doce, que vai explorar a plantação de eucalipto. A cultura promete transformar a região com a geração de empregos e outras oportunidades. Ao que tudo indica, o solo da região também é rico em minérios.

+x+ Sugestão do Dia +x+


Movido pela discussão sobre a produção e consumo de carne, sugiro o acesso ao link: http://www.themeatrix.com/intl/brazil/dub/. Trata-se de uma abordagem muito inteligente sobre o assunto.

quarta-feira, outubro 04, 2006

+x+ News // 14 +x+

Comida

Talvez você, leitor, não entenda, mas o arroz e o feijão que você come no almoço, o tofu de fim de semana, o churrasco com os amigos ou o copo de leite com cereais antes de dormir, têm uma repercussão significativa no desenho da terra (solo) no Brasil.
Como a bola da vez é a cana-de-açúcar (já foi o milho, a laranja, a soja...), essa atividade produtiva toma conta das terras mais férteis e empurra outras modalidades de produção, como a pecuária, por exemplo, para as terras consideradas mais fracas.
Isso é notório no País. A produção animal brasileira não se faz no litoral – como boa parte de vocês deve constatar – e nem mais em terras “nobres”. Estados como São Paulo, Minas Gerais e Goiás, outrora renomados canteiros de boi, assistem seus plantéis se transferirem para o Tocantins, Pará, Mato Grosso e até ao Acre.
Há muito não se via tão pouco gado de corte no eixo SP-MG-GO. Na Belém-Brasília, somente próximo ao Tocantins, é que encontramos o boi gordo. Em épocas passadas, era sinal de crise, atualmente, depois de uma redução de 35% no volume de fêmeas do rebanho nacional, via abate, em 2005/2006, e de superar os R$ 63,00 a arroba no mercado futuro, tal cenário parece indicar que a pecuária de corte se recupera bem.
Em outubro do ano passado, a atividade “pastou” com a febre aftosa no Mato Grosso do Sul.
No que diz respeito à propaganda do setor, apesar de atender clientes do agronegócio, prefiro deixar a Karina comentar sobre o assunto na sua coluna dominical. No entanto, vale ressaltar que a mídia OUTDOOR é uma das mais utilizadas no interior do Brasil, principalmente, na comunicação de beira de estrada. Em rodovias como a BR-153, ficou marcante na memória as campanhas do Boticário (Dia dos Pais) e do ator Henri Castelli para alguma marca de roupas que não me lembro – além, é claro, das placas de zinco de postos de combustível e fazendas.

+x+ Frase do Dia +x+

“Para tentar reduzir a ‘dependência’ do consumo de cervejas nos finais de semana, a AmBev se juntou ao grupo Pão de Açúcar para expandir as vendas às quartas-feiras, dia de jogo de futebol na televisão e data responsável por apenas 7% do consumo da semana”.

Reportagem de Adriana Mattos publicada hoje, no caderno Dinheiro, da Folha de São Paulo.

terça-feira, outubro 03, 2006

+x+ News // 13 +x+

Mais Brasil

O nível dos rios Paranaíba (MG/GO) e Corumbá (GO) assustou aqueles que passaram por eles nas últimas semanas. Importantes leitos d’água para o abastecimento, entre outros de energia, ambos estão pedindo mais chuvas. Antes deles, temos, ainda no Triângulo Mineiro, a cidade de Araguari, terra daquele que eu considero ser o café mais saboroso do Brasil. Passar por Araguari é sempre bom, seja para apreciar seus cafezais ou a beleza de sua serra.
Há cinco anos, vi muitos cafeicultores daquela região trocarem suas lavouras por granjas de peru. Preços do grão em baixa, dívidas e promessas de ganho com o arrendamento, fizeram com que muitos migrassem para a produção da ave de Natal. Tentei achar algum galpão na beira da estrada, não encontrei. Mas o solo já está sendo preparado novamente para o café, agora, que os preços da mercadoria estão em alta. Teremos outra vez o mesmo ciclo. O agronegócio brasileiro é assim...
Em Caldas Novas (GO), conhecida por suas águas naturalmente quentes, os prédios e condomínios verticais tomaram conta da cidade. A praia de Guarujá dos goianos é só edifícios. Quem não a conhece, recomendo visitá-la logo. Aliás, vá a Rio Quente, do outro lado serra, é um lugar espetacular.
Além de fazendas muito bonitas e organizadas, e de plantações de abacaxi, o Estado do Tocantins tem em suas formações rochosas incrustadas no meio do Cerrado um atrativo à parte. Isso sem contar o Jalapão. Atravessar o Tocantins pela BR-153 nos mostra que a autonomia desta federação há mais de dez anos, em relação ao Estado de Goiás, foi muito promissora. O antigo “Norte de Goiás” é hoje outra realidade, e as cidades que margeiam a Belém-Brasília são exemplos disso. Mesmo pequeninas e simples, suas entradas/fachadas são bem cuidadas e convidativas.

Foto 1 – Imagem sobre a ponte que atravessa o rio Paranaíba (MG/GO)
Foto 2 – Outra imagem do interior do veículo, desta vez é a Serra de Araguari (MG)
Foto 3 – Chafariz construído na entrada de Caldas Novas (GO)

Foto 4 – Formação rochosa próxima à cidade de Guaraí (TO)


+x+ Zebu do Tio Sam +x+


A raça brahman é uma variação de zebuíno, que surgiu nos Estados Unidos, no início do século XX. No Brasil, o brahman chegou na metade dos anos 90. A discussão quanto à adaptação da raça por aqui ainda é grande. A correção do prepúcio é indispensável, mas nesta foto é possível perceber o vigor deste tourinho, que é utilizado no cruzamento com fêmeas da raça tabapuã. Isso no Pará, num calor em média de 40º.

+x+ Frase do Dia +x+

Um amigo mineiro advoga para uma das empresas de Paulo Maluf. Ao saber da vitória do mesmo, pegou o telefone ontem e ligou para o político para cumprimentá-lo. Maluf respondeu:
- Ó meu caro colega, essa vitória é para os meus amigos mineiros que tanto admiram esse representante público brasileiro!
Parece piada, mas é verdade. Só vou preservar o nome e a fonte por questão ética.

segunda-feira, outubro 02, 2006

+x+ Starway to Heaven +x+

O Estado de São Paulo é um caso a parte no que diz respeito à infra-estrutura de suas rodovias e estradas. Mas o tomemos como referência e digamos que você resolva subir para o Norte do Brasil. A rodovia mais adequada será a Anhanguera que o atravessará para Minas Gerais onde, entre Uberaba e Uberlândia (trecho de aproximadamente 100 km), haverá pelo menos uns 40 km sem duplicação, mas em obras.
Desse ponto até alguns quilômetros antes de São José (GO) as estradas estão em boas condições – já na Belém-Brasília. Num trecho de 50 km até Uruaçu (GO) a situação é drástica, muitos buracos, aumento do trânsito de caminhões e veículos pesados. A cana-de-açúcar chegou na região. Há uma semana atrás, a estiagem castigava o Estado de Goiás – apesar de, mesmo seca, haver massa de capim – o que não deixou, porém, o gado sentido como nos anos anteriores. Contudo, no último fim de semana a chuva mudou a paisagem do chão goiano.
Nos pastos goianos predominam a sua bacia leiteira, pois gado de corte mesmo só de Tocantins em diante (falarei mais sobre esse assunto nesta semana). Neste estado, a Belém-Brasília continua em boas condições até Araguaína, onde tem início um longo trecho muito irregular. Na divisa com o Maranhão, a areia branca do rio Tocantins já dá o tom da terra brasileira do reggae. No município de Porto Franco (MA), antes de Imperatriz, a estrada volta a ficar muito ruim e, coincidentemente, vemos mais lavouras de cana-de-açúcar. De Imperatriz a Dom Eliseu (PA), encontramos aquela velha Belém-Brasília que conhecemos e que vemos na televisão. Depois de Açailândia (MA), próximo à divisa com o Pará, a estrada tem um desvio de terra pela lateral, com aqueles atoleiros e tudo mais. No Pará, a BR volta a ficar melhor transitável, pelo menos até onde visitei.


Foto 1 - BR-153 / Belém-Brasília (Goiás)
Foto 2 - Estreito / Ponte sobre o rio Tocantins (divisa Tocantins/Maranhão)

+x+ Frase do Dia +x+

“O jogador pode aproveitar a derrota para crescer. Só não dá para chamar o cara que já perdeu e continua perdendo”.

Dunga, técnico da seleção brasileira, em declaração ao globoesporte.com na manhã desta segunda-feira.