sábado, fevereiro 23, 2013

Como as redes sociais estão mudando o jornalismo


 Autor: Christine Erickson

Enquanto até a indústria de foguetes espaciais está nas redes sociais, diversas companhias tradicionais de comunicação ainda encontram dificuldade para se aderir ao mundo digital. São empresas que insistem em restringir o acesso a grande parte do seu conteúdo, ao mesmo tempo que milhões de usuários estão atualizando perfis, postando fotos e compartilhando textos.

Mas se milhões de pessoas estão criando conteúdo todos os dias, como encontrar o que há de melhor e como conseguir gerar audiência? Atualmente, as redes sociais estão contratando equipes de produtores e editores de conteúdo especializados em criar, e monitorar, informações e notícias relevantes.

Durante o Mashable Media Summit, em dezembro de 2012, a gerente de comunidades digitais Meghan Peters discutiu como as redes sociais estão trabalhando suas estratégias de conteúdo. O debate contou com a participação da diretora editorial do Tumblr, Jessica Bennett, e do diretor executivo do LinkedIn, Daniel Roth.

Ambos profissionais são oriundos do jornalismo tradicional. Bennett formou-se editora na revista Newsweek e Roth trabalhou na Fortune. Bennett comentou que o tráfico no Tumblr é três vezes maior do que o do The New York Times e da CNN. O que significa mais de 80 milhões de blogs e 170 milhões de usuários, onde mais de 50% deles são pessoas abaixo dos 30 anos.

"São centenas de histórias nessas plataformas, para qualquer um olhar e ver exatamente como elas são", disse Bennett. Ela e sua equipe analisa e classifica essa quantidade esmagadora de conteúdo diariamente em razão do Storyboard, um projeto do Tumblr que destaca o trabalho jornalístico criativo e original produzido na plataforma. Bennett lida com esse trabalho assim como qualquer outro jornalista no mundo físico.

"Nós tratamos o Tumblr como se fosse uma cidade de 80 milhões de pessoas", disse ela.

O LinkedIn cuida de um público mais velho, embora também possua grande relevância. A companhia é conhecida por conectar profissionais, e recentemente apresentou o Influencer Program, que permite ao usuário receber atualizações, assim como outras informações, de grandes profissionais, celebridades e nomes populares na rede.

A intenção da plataforma é convidar o colaborador a se projetar de tal maneira como nenhum outro meio de comunicação poderia fazer, já que não há dificuldade de se publicar nas páginas pessoais – exceto para quem é escritor. Roth diz que o LinkedIn pegou o homem de meia idade – antes o jornalista costumava entrevistar a fonte, agora a fonte pode escrever seu próprio conteúdo.

"O nosso objetivo é gerar todo tipo de conhecimento profissional. O que não significa ter que viver apenas no LinkedIn", disse Roth. "Com boletins, isso fica mais fácil. No entanto, quanto mais se compartilha as coisas que estão acontecendo no mundo, mais se faz jornalismo."

Peters cita como exemplo o diretor de gestão de conteúdo do Google, Hunter Walk, que recebeu um tráfico 40 vezes maior quando seu material foi publicado, em vez do blog pessoal, no LinkedIn.

"Vamos ser honestos, a Newsweek abandonou a versão impressa, eles não têm dinheiro. Se você é jornalista e quer escrever o conteúdo da sua coluna, talvez este seja o melhor caminho", disse Bennett, ao se referir ao LinkedIn.

Bennett e Roth concordam que este tipo de noticiário não inviabiliza necessariamente o jornalismo tradicional. Roth disse que o LinkedIn tenta oferecer "notícias certas para as pessoas certas". Já o Tumblr tem o Storyboard, um elaborado sistema de tags selecionadas a mão pelos gerentes de comunidades com o melhor conteúdo, de modo que os usuários encontrem histórias específicas e de seus interesses.

"Na minha opinião, os jornalistas sempre serão necessários", disse Bennett.

Fonte: Mashable

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